domingo, 21 de agosto de 2016

LUANA DE OLIVEIRA



As histórias das mulheres negras brasileiras possuem relatos parecidos: na juventude alisava os cabelos e na idade adulta, vão em busca de assumir o crespo e os cachos.
Desde a infância, quebrando tabus e conceitos, lutando e derrubando barreiras, para ter seu lugar na sociedade, às vezes sem referências de mulheres pretas, chegando à conclusão então, que nós somos essa referência.
Por isso, quando assumimos a nossa negritude, muitas pessoas ficam contra, principalmente pelo fato de acharem que uma mulher negra com uma posição melhor, tenha que se embranquecer, e não entendem então, uma mulher negra, doutora com blackpower e dreads loiros.
No Brasil, existem muitas mulheres negras extinguindo estes padrões de beleza criados desde a antiguidade por pessoas de alta classe brancas e de cabelo liso, estão desconstruindo estes discursos e conceitos, e se assumindo, aceitando e mostrando todo o seu poder.
Um exemplo a ser citado, é o da atriz negra Tais Araújo, que em muitos papeis na teledramaturgia aderiu a cabelos lisos e escovados, seguindo os padrões de beleza impostos pela mídia e sociedade. Foi à primeira atriz negra a ser protagonista de uma telenovela brasileira, tornou-se conhecida internacionalmente e já foi até considerada um dos rostos mais lindos do mundo. Ela pode ser considerada uma das personagens femininas negras que quebraram padrões patriarcais, e mostrou o poder das mulheres, principalmente, por ter quebrado o tabu de apenas mulheres brancas fazerem papeis de protagonista nas novelas, e as mulheres negras de empregadas domésticas. Atualmente a atriz interpreta Michele no seriado Mister Brau, e serve de inspiração para outras mulheres negras, pela sua atitude, estilo exuberante e nada discreto, com um figurino cheio de cor e estamparia, muitos acessórios, brincos e colares enormes. Ela pode ser biografada em um livro de literatura infantojuvenil por ter uma personalidade forte e conhecida em todo Brasil, assumir com orgulho a sua negritude e defender o empoderamento das mulheres e a valorização da cultura e do povo negro, discutindo a beleza negra, ensinando as crianças a se aceitarem, reafirmando seus valores, construindo referências éticas e estéticas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O COMEDOR DE NUVENS






O livro O Comedor de nuvens, escrito por Heloisa Pires Lima e ilustrado por Suppa- Ed Paulinas traz a história de um povo que vive no reino Achanti e se alimentam de nuvens coloridas, todas estão sempre ao alcance, existiam nuvens para todos os gostos e momentos. Mas também havia um glutão que modificou o sabor das nuvens e com isso toda á vida do reino. O céu se elevou ao máximo para proteger as nuvens e com isso o povo só aprecia as fotos de longe, sem poder tocá-las.
A história nos possibilita refletir, sobre a idéia do uso indevido dos recursos naturais, no caso do livro, ás nuvens, pensar sobre a possibilidade de perdermos elementos da natureza que nos são tão caros e que ainda estão ao nosso alcance.
Além de nos fazer refletir, o texto é tratado com bastante sutileza, delicadeza e imaginação. As ilustrações ajudam a explicar e esclarecer, pode ser lido como um texto híbrido, em que ocorrem dois discursos, o verbal e o visual, criando, assim, um dialogo entre texto e ilustrações.
As ilustrações do livro são aparentemente feitas com lápis grafite, desenhos feito a mão e pintados com giz de cera. A capa tem um fundo branco, com alguns rabiscos minuciosamente vermelhos, pintados com um giz de cera na cor branca, assim também segue todas as outras folhas do livro, e com desenhos por cima, no caso da capa, aparece um menino negro comendo uma nuvem.
As imagens de pessoas que aparecem no livro são todas negras, usam roupas coloridas com detalhes que nos remetem a cultura africana, com elementos da natureza e figuras geométricas, trazendo traçados fortes e cores quentes.

Assim, o livro ilustrativo descreve, narra, expressa, simboliza, representa e chama atenção dos leitores para sua configuração visual, é um jogo que incentiva ao leitor observar as atitudes e relacionar o texto com as imagens, se tornando algo enriquecedor, pois os sentidos do texto se projetam sobre as ilustrações e vice-versa.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Super Mamãe à luz da liberdade





Super Mamãe,
Ahhh, inúmeras oportunidades de amizades, sabia fazer amizade com todo mundo. A Super Mamãe tinha muita facilidade de interagir com todos, sem diferenciar: cor, cabelo, corpo, família, olhos e a instrução das outras pessoas.
Sua família é a mais perfeita de todas. Todos nós, da família, somos negros. Desde criancinha sabemos que não somos todos brancos e nem todos negros, os brancos são negros e os negros são brancos, nossa Super Mamãe nos ensinou.
A Super Mamãe, sempre ensinou seus filhos a não serem racistas e preconceituosos. Soube desde sempre respeitar a todos, porém, não tinha conhecimento do racismo e preconceito que acontecia e acontece na realidade.
Em um certo momento, um cidadão veio até ela e disse:
- A senhora é negra, não deve estar aqui.
A Super Mamãe pensou e logo perguntou:
- Porquê não? Você não se auto define negro?
E de fato, o ofensor era negro. Logo, calou-se, nada disse.
 A Super Mamãe sempre teve gosto em alisar seu cabelo black power, muito xenófila [...], até que ao se deparar com sua beleza interna, percebe que deve transparecer os traços de sua etnia. Decide não mais alisar seu precioso cabelo, começa a criticar certos gostos, proposições e determinadas premissas.
A Super Mamãe começa a ter gosto de leitura, como: A Cor Purpura de Alice Walker; Big Black Bang: A Revolução Negra nos Quadrinhos de Super-Heróis; O Menino Marrom; Terra Sonâmbula; O Cabelo de Lelê; sempre estar lendo obras infanto-juvenis, para não ensinar a seu filho mais novo, diferenciar o que é igual.
Um dia, a filha de 18 anos vem até ela e diz:
- Mãe, sou lésbica.
A Super Mamãe mostra-se frágil, não aceita a orientação da filha. Viveu muito tempo sem aceitar a decisão da filha. Como sua família é excelente, houve de seu filho mais velho, muitos conselhos e orientações teóricas e sociais. Seu esposo, também muito inteligente a apoia e ajuda a Super Mamãe a vencer o preconceito.
Ela um dia, diante o espelho, reflete sobre sua transformação enquanto a suas preferências, se ela pode escolher o que seguir, como seguir [...], porquê sua filha não deve ter a mesma oportunidade e assim como a Super Mamãe, ser respeitada em suas escolhas? A Super Mamãe pensou muito sobre isso tudo e logo depois apoiou sua filha, independentemente de orientação sexual.
A Super Mamãe, agora, mais forte, é igual a Mulher Maravilha, da Liga: forte, determinada, linda e inteligente.

Trabalho realizado pelo cursista  Adelson Oliveira Mendes
Discente do curso de Licenciatura em Letras: 
Lingua inglesa e Literaturas. DCHT - Campus XXIII.




segunda-feira, 15 de agosto de 2016

“Batuque de cores”: Falando sobre ilustrações

Desnoëttes, Caroline; Hartmann, Isabelle. Batuque de cores. Tradução de Hildegard Feist. 1. ed. Curitiba: A Página, 2011.






O livro Batuque de cores de Caroline Desnoëttes e Isabelle Hartmann é uma obra repleta de ilustrações que atraem o olhar do leitor para a mistura de cores que desde o título, tanto em sua forma, quanto em seu sentido remete aos significados que a imagem adquire nesta obra. O livro traz em sua capa uma das ilustrações do país africano Zâmbia. É utilizada a técnica de sobreposição de fotografias em pinturas, dando a ideia de continuidade e expansão da paisagem, constituindo duas medidas entre a realidade e a arte. A imagem traz uma girafa andando na savana, contrastando o tom amarelado da vegetação com o verde nas árvores que a rodeiam e o tom de azul claro que pinta um céu extenso. A imagem não é enquadrada, é colocada de forma livre e irregular, transmitindo a ideia de continuidade, margeada pela cor quente amarela que lembra sua amplitude remetendo à natureza, à vida.  O título é ilustrado com diversas cores, que remete à vastidão de imagens que ilustram a diversidade natural e cultural encontrada entre os lugares. Na contracapa são dispostas fotografias sobre um fundo azul, as fotografias ilustram artefatos construídos em alguns países de que trata o livro.
As primeiras páginas do livro são brancas, destacando as cores do título. As autoras enfocam a linguagem não verbal, apresentando a obra e o sumário por meio de imagens que destacam-se em fundo branco. Em seguida aparece um desenho do mapa da África, focalizando a localização geográficas dos países que serão apresentados. O mapa lembra um mapa físico, pois as cores verde e amarelo são indicativas de aspectos físicos das regiões. Apresenta ainda a noção de continente envolvido pelos oceanos e mares, simbolizados pela cor azul. O mapa está posto em uma página amarelada que remonta ao envelhecimento.  Em seguida aparece uma carta também na cor amarelada e com textura que aparenta dobradura, com letra cursiva que dá ideia de manuscrita, a carta aparece enquadrada em um fundo branco.
 O livro é marcado pela técnica da sobreposição de fotografias em pinturas e desenhos nas páginas à esquerda, que apresentam fundo branco. As ilustrações estão dispostas de forma central e irregular, marcando cada país retratado. Cada imagem apresenta cores características da região ou do aspecto natural ou cultural apresentado. As cores frias, verde e azul ilustram as florestas, o céu, a cobertura vegetal do solo e a água. As cores quentes vermelho, amarelo e laranja se fundem para ilustrar as paisagens desérticas, savanas e montanhas, além de vestimentas e variedades de produtos naturais, como os expostos em feiras. Essas imagens dão ideia de continuidade, assim como a capa, pois apresentam-se de forma irregular e sem contorno, fundindo-se com o fundo da página, o que pode remeter à extensão das paisagens, que sempre representam espaços abertos e amplos. Nas páginas à direita tem-se fundo amarelado e irregular. Neste são dispostas fotografias de objetos como, joias de prata, porta de celeiro esculpida em madeira, jarras, potes de cerâmica e cabaças com decorações que ilustram formas geométricas, cangas de algodão e outros objetos de madeira e outros materiais. Geralmente os objetos são em tons de marrom, com texturas características da madeira. Essas fotografias aparentam proximidade pois não são enquadradas em molduras, apresentam contorno, mas não fundo, passando a ideia de realismo.

Todos os aspectos analisados mostram a intencionalidade das autoras/ilustradoras em apresentar diversos aspectos de alguns países do continente africano. As técnicas de uso de fotografias evidenciam o realismo das imagens, fazendo-se conhecer aspectos naturais e culturais, sob o ponto de vista das autoras/ilustradoras. Os desenhos utilizados constituem o aspecto lúdico e imaginário, fundindo-se com a realidade expressa nas fotografias e ampliando a visão, contribuindo para o conhecimento da riqueza, diversidade e extensão de alguns países africanos. As técnicas empregadas fazem da obra fonte de informação, interligando ficção e realidade e também representam a memória em que se fundem imagens vistas, imaginadas, relembradas, remetendo ao batuque de cores que dá título ao livro. 


Universidade do Estado da Bahia
Discente:  Talita Francisca Alves de Souza Silva
Curso de Extensão: Literatura Infanto-juvenil
Docente: Renata Nascimento

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Resenha comparativa

OLIVEIRA, Kiusam de, O mundo no black power de tayo, Ilustrador: BORGES, Taisa.
SANTANA, Bianca, quando me descobri negra, 2011, ilustrador: VELASCO, Mateu.


Keila Rúbia Medeiros Paiva Santos[1]


A Literatura infanto-juvenil abre portas para crianças e adolescentes descobrir o mundo, sendo assim além de a todo momento os clássicos serem desconstruídos, surge outros que fazem a diferença. Abordaremos aqui  “O mundo no Black Power de Tayo” e “Quando me descobri negra”.
 O mundo no Black Power de Tayo, Kiusam de Oliveira, e um livro voltado para o publico infantil e conta a história de Tayo, uma menina linda, sorridente e de alegria contagiante. Tayo ama seu cabelo crespo e suas origens que ela destaca lindamente no seu Black Power, onde carrega o mundo e todas as memorias dos seus antepassados, ou seja, ela é uma princesa. Quando me descobri negra, Bianca Santana, é voltado para jovens, onde Bianca conta histórias/relatos dela e de outras pessoas que sofreram e sofre cotidianamente por ser negra(o), historias essas comoventes de estereótipos e subjugação pela cor.
Tayo e Bianca são mulheres que lutam pela desconstrução de um padrão criado pelas elites. Elas falam por mulheres e homens que não tem visibilidade na sociedade e são subjugadas em suas profissões e em qualquer outro papel alto que assumem nela, e mesmo quando essas exibem seus cabelos,  e que são obrigadas a se embranquecer com termos criados para omitir, a negra se torna “morena” e tantas vezes “Parda” . Tayo replica quando dizem que seu cabelo é ruim: “meu cabelo não é ruim, ele é fofo, lindo e cheiroso”.  E Bianca conclui “ Tenho 30 anos, mas sou negra a dez. Antes era morena.





[1] Graduanda no curso Licenciatura em Letras com habilitação em língua portuguesa e suas literaturas

Analise "Quando me descobri NEGRA"

SANTANA, Bianca, Quando me descobri negra, 2011, ilustração de Mateu Velasco



Quando me descobri negra, um livro de Bianca Santana, com ilustração de Mateu Velasco; o livro vem todo preto, a capa com titulo vermelho e a palavra NEGRA maior que as outras palavras uma mulher com um turbante enorme que aparentemente tinha tudo, dentro muitas flores, como se o pensamento estivesse se exaltando pra fora da cabeça. Traz traços fortes, escondendo o rosto daquela pessoa que estava se descobrindo negra, folhagem  mas áspera, traz o contexto do livro bem detalhado e não foge do que esta escrito.

Jucineide Viana,
discente do curso de letras, UNEB

Análise do livro o mundo começa na cabeça

Prisca Augstoni, O mundo começa na cabeça 2011, ilustrações Tati Móes.


Neste livro o foco é os cabelos dos personagens que passa de geração pra geração. Realçar a beleza dos penteados para a Minosse, menina de pele negra,  personagens do livro é habito do seu cotidiano, belas trancas e enfeite em suas cabeleiras são sinais de expressão traduzida em cada olhar das crianças q gostam de se pentear radicalmente.  
O livro o mundo começa na cabeça tem como primeiras demonstrações de beleza a sua capa q vem em destaque o desenho de sua personagem e seus lidos cabelos longos com variáveis enfeites.  As ilustrações são cores quentes aprimorando a beleza de cada figura, tem com texturas finas e delicadas. Os detalhes dos cabelos dos traços da boca e olhos são parecidos com rabiscos onde da um efeito de sentimentos real, como personalidades identificação da  alegria cultural africana.
Mais uma vez a literatura abordando esses fatos onde antes era um tabu para o papel feminino usar cabelos enfeitados e volumosos, nessa historia traz o mundo começa na cabeça para a realidade que hoje as crianças e adulto adaptou em seu dia a dia.
  

Lucineia Rodrigues
aluna do curso de extensão
Literatura infantojuvenil: da teoria a prática

CONTOS DA LUA e a beleza Perdida

NKEECHI, Sunday Lkechukwu. Contos da Lua e a Beleza Perdida. São Paulo: Pia Sociedade Filhas, 2009.

Análise: Adelson Oliveira Mendes[1]



Os desenhos ilustrativos, principalmente focando as duas representações, sendo, um (a) mais velho (a) com o semblante de experiência. Experiência essa visto ao focarmos pela sua forma de vestir, um vestir que é enfatizada por traços que remete-nos a imaginarmos uma cultura já internalizada que, reflete-se em seus traços faciais: olheiras bem definidas, expressando um indivíduo imerso em atividades rurais ou outras quaisquer executadas ao sol, já como parte de sua base cultural. Observa-se também nesse indivíduo, características que podem ser expressados pela base religiosa, como o semblante de alegria, transmitindo um entendimento de que cultua alguma força superior: um Deus. Tal ideia de reverenciar um Deus é mais comprovada, ganha mais força se irmos a página 30. Trajes, como uma forma de expressar a natureza, através das cores especificas, como por exemplo, o amarelo a representar plantações de trigo. A simplicidade de um povo, como se cordões, casacos [...], revelasse um ser experiente. O lenço na cabeça, pode-se-à dizer que não ultrapasse um hábito local dos gostos femininos, onde temos um exemplo que distingue o gênero (talvez seja estereotipo de minha interpretação), porém, deixa transparecer uma determinada intimidade na qual nunca deva ser revelada, como o próprio cabelo e percebe-se também um traje que encoberta todo seu corpo, como se a beleza feminina ou até masculina, dentro dessa determinada cultura, não fosse autorizada a ser mostrada.
A segunda apresentação, uma criança, uma criança que preza sua base cultural, que observa com atenção os ritmos e traços peculiares que sua semelhante, no entanto, mais experiente, demonstra. Uma cultura negra que, após uma vasta exploração, contém hábitos culturais ainda vivos e que, na medida do desenvolvimento, traz junto futuras influências: as crianças.
 Os pássaros com movimentos a expressar a liberdade, como se, através da permanência dos hábitos, libertasse a um horizonte azul, azul esse representado pelos seus significados literários, tais: harmonia, tranquilidade e serenidade, além das cores peculiares desse pássaro, pode-se interpretar uma diversidade enquadrada em um hábito cultural especifico, mesmo que não tenham conhecimento cientifico sobre tais influências fazem transparecer.
Após, na página de número 06, percebe-se outro hábito no qual integra como base cultural: a caça. Não podemos tirar com certa verdade, ao afirmar o gênero, mas, são pessoas que atuam também dentro desse contexto da caça, utilizando armas e cães. Adiante, na página 08, aparenta-se jovens a se divertirem. Como se, após um dia cansativo de trabalho usassem a diversão como um pretexto a distração e a felicidade. Aparenta-se também um sentimento à sedução. Na página 24, os efeitos colocados pelo autor, cria um sentido de que os adultos se importam com a felicidade e a alegria das crianças, como um meio próprio de alcançabilidade dessa alegria perdida, enquadrada em um processo de formação, ao vermos essas crianças utilizar técnicas de brincadeiras nada desconhecidas. O sentido de que há um vasto espaço, pessoas de idades diferenciadas, casas como se formasse uma vila no meio da selva, esses fornecidos pelas técnicas utilizadas, como a própria ideia da existência de uma selva ao redor dessa possível comunidade ou vila, aumentam ainda mais a curiosidade em aprofundar a análise de tais personagens e de como se deu a sua formação.
Na página 27, notemos uma vasta plantação de trigo, outro elemento que pode ser incorporado na ideia acima mencionada, de que é um povo acostumado a trabalhar na lavoura, por isso carregam os traços marcados pelo tempo exposto ao sol e ao trabalho ardo. Entre as páginas 34 e 38, percebe-se uma forma de aprisionamento de animais, interpretação essa também originada pela técnica de pintura/ilustração do autor, como se, por exemplo, demonstrasse inúmeros homens aprisionando um elefante, pelas várias pontas de cordas. Percebe-se também, na página 34, um indivíduo com trajes diferentes daquele determinado povo, como se fosse um explorador, visto ao analisarmos uma outra pessoa segurando um objeto semelhante uma sombrinha, e alguns animais presos, desfocados atrás de si.
Por fim, pode-se perceber o abatimento moral de uma jovem, na página 42, como se nada a agradasse, talvez, se voltarmos a página 40, ela não tivesse tido êxito em uma demonstração a esse indivíduo que, poderia ser superior a sua comunidade. E talvez, reside nisso a beleza perdida, deixar de reverenciar sua própria formação moral e espiritual, conjuntos éticos, para agradar um outro, possível superior. Essas asserções aqui originadas, demonstram a capacidade livre e espontânea de sentidos criado pelo autor, através de suas técnicas artísticas diferenciadas.



[1] Graduando no curso Licenciatura em Letras: Língua Inglesa e Literaturas, na Universidade do Estado da Bahia.

"Ciça e a rainha" e "O que tem na panela Jamela"

             Resenha comparativa do papel feminino das personagens



POSSATTI, Neusa Jordem, Ciça e rainha, 2012, ilustração Alarção
Niki Daly, O que tem na panela Jamela? 2001 Ilustrações do autor, traduções Luciano Machado.  




 
No primeiro livro destaca se por Ciça ser uma menina que enfrenta realidades dura da perca.   Para não perder sua infância, Ciça, busca alternativas em suas pequenas atitudes e capacidade de inventar, um jeito de não deixar perder a graça de um mundo bonito e mágico. Esta historia mostra o quanto as crianças consegue viver e aprender sem ver a perca ou a morte como tabu para idades.    
No segundo livro, o que tem na panela Jamela? O papel feminino destaca se por Jamela ser uma garotinha de atitudes com grandes sentimentos. Jamela tem a capacidade de tornar as situações do dia a dia, mas favorável no seu mundo de encantos e emoções. Essa historia mostra o quanto as crianças estão participando da realidade do nosso cotidiano.

Nessas historias mostra o quanto a literatura infantojuvenil esta quebrando tabus e fazendo as crianças a participar, mas da realidade sem deixar cair à beleza e a magia dos contos literários.






Lucineia Rodrigues,
aluna do curso de extensão 
Literatura infantojuvenil: da teoria a pratica.