NKEECHI, Sunday
Lkechukwu. Contos da Lua e a Beleza
Perdida. São Paulo: Pia Sociedade Filhas, 2009.
Análise: Adelson
Oliveira Mendes[1]
Os
desenhos ilustrativos, principalmente focando as duas representações, sendo, um
(a) mais velho (a) com o semblante de experiência. Experiência essa visto ao
focarmos pela sua forma de vestir, um vestir que é enfatizada por traços que
remete-nos a imaginarmos uma cultura já internalizada que, reflete-se em seus
traços faciais: olheiras bem definidas, expressando um indivíduo imerso em
atividades rurais ou outras quaisquer executadas ao sol, já como parte de sua
base cultural. Observa-se também nesse indivíduo, características que podem ser
expressados pela base religiosa, como o semblante de alegria, transmitindo um
entendimento de que cultua alguma força superior: um Deus. Tal ideia de
reverenciar um Deus é mais comprovada, ganha mais força se irmos a página 30.
Trajes, como uma forma de expressar a natureza, através das cores especificas, como
por exemplo, o amarelo a representar plantações de trigo. A simplicidade de um
povo, como se cordões, casacos [...], revelasse um ser experiente. O lenço na
cabeça, pode-se-à dizer que não ultrapasse um hábito local dos gostos
femininos, onde temos um exemplo que distingue o gênero (talvez seja
estereotipo de minha interpretação), porém, deixa transparecer uma determinada
intimidade na qual nunca deva ser revelada, como o próprio cabelo e percebe-se
também um traje que encoberta todo seu corpo, como se a beleza feminina ou até
masculina, dentro dessa determinada cultura, não fosse autorizada a ser
mostrada.
A
segunda apresentação, uma criança, uma criança que preza sua base cultural, que
observa com atenção os ritmos e traços peculiares que sua semelhante, no
entanto, mais experiente, demonstra. Uma cultura negra que, após uma vasta
exploração, contém hábitos culturais ainda vivos e que, na medida do
desenvolvimento, traz junto futuras influências: as crianças.
Os pássaros com movimentos a expressar a
liberdade, como se, através da permanência dos hábitos, libertasse a um
horizonte azul, azul esse representado pelos seus significados literários, tais:
harmonia, tranquilidade e serenidade, além das cores peculiares desse pássaro,
pode-se interpretar uma diversidade enquadrada em um hábito cultural especifico,
mesmo que não tenham conhecimento cientifico sobre tais influências fazem
transparecer.
Após,
na página de número 06, percebe-se outro hábito no qual integra como base
cultural: a caça. Não podemos tirar com certa verdade, ao afirmar o gênero,
mas, são pessoas que atuam também dentro desse contexto da caça, utilizando
armas e cães. Adiante, na página 08, aparenta-se jovens a se divertirem. Como
se, após um dia cansativo de trabalho usassem a diversão como um pretexto a
distração e a felicidade. Aparenta-se também um sentimento à sedução. Na página
24, os efeitos colocados pelo autor, cria um sentido de que os adultos se
importam com a felicidade e a alegria das crianças, como um meio próprio de
alcançabilidade dessa alegria perdida, enquadrada em um processo de formação,
ao vermos essas crianças utilizar técnicas de brincadeiras nada desconhecidas.
O sentido de que há um vasto espaço, pessoas de idades diferenciadas, casas
como se formasse uma vila no meio da selva, esses fornecidos pelas técnicas
utilizadas, como a própria ideia da existência de uma selva ao redor dessa
possível comunidade ou vila, aumentam ainda mais a curiosidade em aprofundar a
análise de tais personagens e de como se deu a sua formação.
Na
página 27, notemos uma vasta plantação de trigo, outro elemento que pode ser
incorporado na ideia acima mencionada, de que é um povo acostumado a trabalhar
na lavoura, por isso carregam os traços marcados pelo tempo exposto ao sol e ao
trabalho ardo. Entre as páginas 34 e 38, percebe-se uma forma de aprisionamento
de animais, interpretação essa também originada pela técnica de
pintura/ilustração do autor, como se, por exemplo, demonstrasse inúmeros homens
aprisionando um elefante, pelas várias pontas de cordas. Percebe-se também, na
página 34, um indivíduo com trajes diferentes daquele determinado povo, como se
fosse um explorador, visto ao analisarmos uma outra pessoa segurando um objeto
semelhante uma sombrinha, e alguns animais presos, desfocados atrás de si.
Por
fim, pode-se perceber o abatimento moral de uma jovem, na página 42, como se
nada a agradasse, talvez, se voltarmos a página 40, ela não tivesse tido êxito
em uma demonstração a esse indivíduo que, poderia ser superior a sua
comunidade. E talvez, reside nisso a beleza perdida, deixar de reverenciar sua
própria formação moral e espiritual, conjuntos éticos, para agradar um outro,
possível superior. Essas asserções aqui originadas, demonstram a capacidade livre
e espontânea de sentidos criado pelo autor, através de suas técnicas artísticas
diferenciadas.
[1]
Graduando no curso Licenciatura em Letras: Língua Inglesa e Literaturas, na
Universidade do Estado da Bahia.
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