quinta-feira, 11 de agosto de 2016

CONTOS DA LUA e a beleza Perdida

NKEECHI, Sunday Lkechukwu. Contos da Lua e a Beleza Perdida. São Paulo: Pia Sociedade Filhas, 2009.

Análise: Adelson Oliveira Mendes[1]



Os desenhos ilustrativos, principalmente focando as duas representações, sendo, um (a) mais velho (a) com o semblante de experiência. Experiência essa visto ao focarmos pela sua forma de vestir, um vestir que é enfatizada por traços que remete-nos a imaginarmos uma cultura já internalizada que, reflete-se em seus traços faciais: olheiras bem definidas, expressando um indivíduo imerso em atividades rurais ou outras quaisquer executadas ao sol, já como parte de sua base cultural. Observa-se também nesse indivíduo, características que podem ser expressados pela base religiosa, como o semblante de alegria, transmitindo um entendimento de que cultua alguma força superior: um Deus. Tal ideia de reverenciar um Deus é mais comprovada, ganha mais força se irmos a página 30. Trajes, como uma forma de expressar a natureza, através das cores especificas, como por exemplo, o amarelo a representar plantações de trigo. A simplicidade de um povo, como se cordões, casacos [...], revelasse um ser experiente. O lenço na cabeça, pode-se-à dizer que não ultrapasse um hábito local dos gostos femininos, onde temos um exemplo que distingue o gênero (talvez seja estereotipo de minha interpretação), porém, deixa transparecer uma determinada intimidade na qual nunca deva ser revelada, como o próprio cabelo e percebe-se também um traje que encoberta todo seu corpo, como se a beleza feminina ou até masculina, dentro dessa determinada cultura, não fosse autorizada a ser mostrada.
A segunda apresentação, uma criança, uma criança que preza sua base cultural, que observa com atenção os ritmos e traços peculiares que sua semelhante, no entanto, mais experiente, demonstra. Uma cultura negra que, após uma vasta exploração, contém hábitos culturais ainda vivos e que, na medida do desenvolvimento, traz junto futuras influências: as crianças.
 Os pássaros com movimentos a expressar a liberdade, como se, através da permanência dos hábitos, libertasse a um horizonte azul, azul esse representado pelos seus significados literários, tais: harmonia, tranquilidade e serenidade, além das cores peculiares desse pássaro, pode-se interpretar uma diversidade enquadrada em um hábito cultural especifico, mesmo que não tenham conhecimento cientifico sobre tais influências fazem transparecer.
Após, na página de número 06, percebe-se outro hábito no qual integra como base cultural: a caça. Não podemos tirar com certa verdade, ao afirmar o gênero, mas, são pessoas que atuam também dentro desse contexto da caça, utilizando armas e cães. Adiante, na página 08, aparenta-se jovens a se divertirem. Como se, após um dia cansativo de trabalho usassem a diversão como um pretexto a distração e a felicidade. Aparenta-se também um sentimento à sedução. Na página 24, os efeitos colocados pelo autor, cria um sentido de que os adultos se importam com a felicidade e a alegria das crianças, como um meio próprio de alcançabilidade dessa alegria perdida, enquadrada em um processo de formação, ao vermos essas crianças utilizar técnicas de brincadeiras nada desconhecidas. O sentido de que há um vasto espaço, pessoas de idades diferenciadas, casas como se formasse uma vila no meio da selva, esses fornecidos pelas técnicas utilizadas, como a própria ideia da existência de uma selva ao redor dessa possível comunidade ou vila, aumentam ainda mais a curiosidade em aprofundar a análise de tais personagens e de como se deu a sua formação.
Na página 27, notemos uma vasta plantação de trigo, outro elemento que pode ser incorporado na ideia acima mencionada, de que é um povo acostumado a trabalhar na lavoura, por isso carregam os traços marcados pelo tempo exposto ao sol e ao trabalho ardo. Entre as páginas 34 e 38, percebe-se uma forma de aprisionamento de animais, interpretação essa também originada pela técnica de pintura/ilustração do autor, como se, por exemplo, demonstrasse inúmeros homens aprisionando um elefante, pelas várias pontas de cordas. Percebe-se também, na página 34, um indivíduo com trajes diferentes daquele determinado povo, como se fosse um explorador, visto ao analisarmos uma outra pessoa segurando um objeto semelhante uma sombrinha, e alguns animais presos, desfocados atrás de si.
Por fim, pode-se perceber o abatimento moral de uma jovem, na página 42, como se nada a agradasse, talvez, se voltarmos a página 40, ela não tivesse tido êxito em uma demonstração a esse indivíduo que, poderia ser superior a sua comunidade. E talvez, reside nisso a beleza perdida, deixar de reverenciar sua própria formação moral e espiritual, conjuntos éticos, para agradar um outro, possível superior. Essas asserções aqui originadas, demonstram a capacidade livre e espontânea de sentidos criado pelo autor, através de suas técnicas artísticas diferenciadas.



[1] Graduando no curso Licenciatura em Letras: Língua Inglesa e Literaturas, na Universidade do Estado da Bahia.

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