segunda-feira, 27 de junho de 2016

O mundo começa na cabeça e o Galo Barnabé vai ao balé


 Em muitos países africanos, trançar os cabelos ou fazer penteados é uma arte muito antiga, ensinada de geração em geração. Cada região do continente tem seu estilo e os penteados, geralmente, indicam o status, idade ou etnia do indivíduo. Em O mundo começa na cabeça, sem se ater aos códigos sociais, trata dessa arte singular e interessante, sob um olhar poético e lúdico. Na família de Minosse, desde cedo as meninas aprendem a tradição: na hora do banho, as mulheres fazem esculturas com o cabelo, porque para elas "o cabelo feminino é como a raiz da árvore, o lugar onde tudo começa". Para Minosse, essa arte de tecer os fios dá passagem para falar de um mundo mais vasto e intenso. Um mundo de histórias que falam da origem de tudo, em um tempo em que o pensamento começa e acaba na cabeça. A história nos faz pensar nos cabelos crespos, lisos e também nas cabeças peladas. Se tudo começa na cabeça, cada cabeça é uma voz a dizer todo o universo.
Ana Carolina não conseguia parar de dançar, por isso, decidiu entrar para o balé. Um dia, de tanto rodar, acabou caindo e ganhando um belo de um galo, mas não um galo qualquer era o galo Barnabé ele passou a ir em todos os lugares com Ana e Barnabé foi eleito o coreógrafo da turma. Entre ensaios e cortejos à Madame Rococó, o galo insiste em “fazer festa na testa” de Ana Carolina, o que leva a professora a não querer mais que a menina dance todos ficaram muitos tristes e ninguém queria dançar.
São histórias de gostos, de raça, de tradições, costumes, liberdade. Duas belíssimas meninas negras que nos livros não diz em nenhum momento, mas por que? porque não se tem nenhuma necessidade de expor a etnia negra das duas nos livros infanto juvenil quando se tem um personagem branco, não se destaca que é branco.



Juscineide Viana, 
aluna do curso de extensão LIJ 
e discente do Curso de Letras

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